30 novembro 2007

Greves

Aniversário da morte de Fernando Pessoa


Fernando Pessoa morreu há precisamente 72 anos, a 30 de Novembro de 1935. Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1888 e viria a falecer em 1935 no hospital, onde lhe foi diagnosticada uma cólica hepática.

Passou uma parte da sua vida, mais concretamente a infância e a adolescência em Durban, África do Sul. O domínio da língua inglesa levou-o a escrever também poesia em inglês.

Em vida publicou uma única obra: A Mensagem .


Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso a razão.
Fernando Pessoa, Cancioneiro

Um dia talvez compreendam que cumpri, como nenhum outro, o meu dever nato de intérprete de uma parte do nosso século; e quando o compreendam, hão-de escrever que na minha época fui incompreendido...
Bernardo Soares

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não ambição minha,
É a minha maneira de estar sozinho.
Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos

Trago dentro do meu coração
Como num cofre que se não pode fechar de cheio
Todos os lugares onde estive.
Álvaro de Campos, Passagem das Horas

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Ricardo Reis, Presença

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Fernando Pessoa, A Mensagem

PSD vai a Votos

Amanhã entre as 18h e as 23h terão lugar na sede do PSD de Santo Tirso, eleições para os seguintes orgãos:

- Mesa da Assembleia e Comissão Política de Secção
- Comissão Política Distrital
- Delegados para a Assembleia Distrital

Tanto a nível da Concelhia (Santo Tirso) como a nível da Distrital (Porto) são ambos projectos de continuidade. A única lista à Comissão Política de Secção é liderada pelo actual presidente, Alírio Canceles, que antecipa eleições com vista a preparar as autárquicas de 2009 com mais tempo.
Por seu turno, também a Comissão Política Distrital apresenta um projecto de continuidade. Também como lista única, Marco António Costa apresenta-se como o candidato à Comissão Política Distrital sucedendo Agostinho Branquinho que, por sua vez, havia dado continuidade ao trabalho encetado por Marco António entre 2002 e 2006. O mesmo Agostinho Branquinho é agora candidato a presidente da Mesa de Assembleia Distrital e Rafael Moreira do Concelho de Jurisdição Distrital.

Esperemos que o clássico Benfica-Porto de amanhã não seja impeditivo de os militantes do PSD de Santo Tirso se deslocarem à urna!

29 novembro 2007

Sobre o Aeroporto...

A discussão sobre a escolha do local para a construção de o novo aeroporto internacional de Portugal está a comprovar a justeza de um popular ditado «Cada cabeça, cada sentença». No caso, mais propriamente, cada estudo, cada novo local.

Compreendo que estamos perante uma decisão que implica enormes investimentos com fortes repercussões para o presente e, sobretudo, para o futuro do país e da sua população. É por isso louvável e de registar a atitude positiva que o surgimento de todos estes estudos representa por parte da dita sociedade civil. (Será mais rigoroso dizer, por parte de instituições e associações dessa sociedade civil). Até será de lamentar é por que razão essas mesmas entidades não se têm feito sentir noutras ocasiões e sobre outros assuntos não menos importantes e transcendentes para a vida nacional.

O rigor científico em grande parte nasce do confronto das componentes de alguma subjectividade que cada estudo comporta. Estamos perante um objecto de estudo que terá de articular factores técnicos, ambientais, sociais, financeiros, económicos. Ressalta daqui a importância (e a dificuldade) de um estudo comparativo o mais objectivo e independente possível.

Portugal é um país de difíceis decisões. Portugal é um lugar do Mundo, onde é forte a implicação de cada cabeça em cada sentença. E quase todos os cidadãos deste país ficam zangados quando a sentença não é a da sua cabeça.

Paquete Oliveira, Sociólogo
Jornal de Notícias

"Os meus tóxicos"

Hoje apeteceu-me escrever um post dedicado aos "meus tóxicos". Ora quem são os "meus tóxicos"? Fiz o meu estágio curricular na instituição de reabilitação de toxicodependentes Projecto Homem (Braga), mais concretamente na fase de Reinserção Social, última fase do programa. Por isso, já estão a ver quem são os "meus tóxicos": são os utentes.
Os cinco meses lá passados fez com que se criasse uma relação de proximidade entre mim e eles. Eu estava com eles nos grupos de auto-ajuda onde exercia também um pouco a função de terapeuta; falava muito com eles fora dos grupos; ía até à cozinha tomar chá com eles; já para não falar na sueca onde eles disputavam uns com os outros a ver quem jogava com a Helena, a estagiária. Que saudades tenho das conversas que com eles tinha, que saudades dos jogos de sueca!
Muitas histórias me contavam eles da época de consumos: os meios que arranjavam para conseguir dinheiro para a droga; a instabilidade laboral e familiar; alguns que tiveram experiência prisional me diziam aquilo que faziam na prisão e o que os tinha para lá levado. Enfim, uma série de histórias...
Eles aprenderam muito comigo, eu aprendi muito mais com eles.

No fim do meu estágio, a avaliação que os terapeutas da Reinserção Social fizeram do meu desempenho, relativamente à forma como me relacionei com eles, foi muito boa. Não foi uma relação de demasiada distância, do tipo "Ah, são uns drogados, não me vou misturar com eles", nem uma relação de muita proximidade do género "Somos todos muito amigos". Elogiaram o meu papel de estagiária em que sempre soube manter tanto proximidade como distanciamento nas situações e proporções correctas.
Dos "meus tóxicos" ainda me lembro das palavras que proferiam quando os obrigava a ir limpar, cozinhar e cumprir horários para essas tarefas. Diziam eles "Fogo, não facilitas. És pior que os terapeutas. Bem que nos podias ajudar." Mas tinha de ser assim, quem lida com este tipo de indivíduos sabe como são pessoas manipuladoras, por tal não podemos dispor-lhes tudo nem facilitar nem um bocadinho.
Todavia, andavam sempre a paparicar a Helena estagiária, aconselhavam-se com ela (muitas vezes, vinham mais directamente ter comigo do que com os próprios terapeutas), houve empatia. Essa empatia foi muito importante para a minha investigação visto que, uma vez que a minha principal técnica de investigação foi a entrevista semi-directiva, foi-me mais fácil conseguir disponibilidade deles na recolha de informação. Ficaram todos contentes quando os entrevistei!
Quando me vim embora a tristeza foi mútua. Diziam eles "A Reinserção não vai ser a mesma coisa sem ti..." A minha vida sem eles também não foi a mesma coisa...

Passados 9 meses que cessou o meu estágio curricular ainda mantenho o contacto com muitos deles. Com alguns falo por messenger, outros por telemóvel, por vezes vou mesmo estando com eles.
Contudo, é lamentável como, por parte da sociedade, são vistos como desestabilizadores da ordem pública, vive com medo deles, discriminando-os. O comportamento deles (de consumo) não é, obviamente, legitimavél, no entanto, devemos tratá-los com alguma dignidade. Recordo aqui um episódio: houve um dia em que saí com eles, fomos jantar e tomar um café. Um grupo grande onde se incluiam maioritariamente homens, mulheres somente duas: eu e uma utente. À entrada de um shopping encontro uma amiga minha que me vê com eles e não os conhecendo questiona-me: "Quem são eles, Helena?" Eu respondi: "São utentes do Projecto Homem, vim jantar com eles e agora vamos tomar café." Ela: " Os teus pais deixaram-te vir com eles?" Eu: "Sim." E ela: "Não tens medo de anda com eles?" E eu: "Claro que não. Eles gostam mais de mim do que de heroína!" Tentei ironizar um bocado a situação para com a minha amiga.

Só quem se relaciona com estes indivíduos e experencia uma vivência próxima pode, na verdade, falar mais concretamente deles.
Não os tenho como meus amigos porque, de facto, não sou do grupo de amigos deles. Mas tenho-lhes um carinho especial e eles sabem que podem contar com a Helena. Ainda é hoje o dia que falam comigo para me contarem como está a correr o processo deles e para pedir o meu parecer.
E aqui estarei!

28 novembro 2007

5ª Frase da Página 161

O Dr. Etcétera do blogue Fontes do Ídolo lançou-me um desafio: transcrever a 5ª frase da página 161 do livro que estou a ler. Posteriormente tenho de lançar o desafio a cinco blogues.


Queria sentir o cheiro da terra, ouvir o rumor das árvores, pisar as pedras dos caminhos.

Bilhete de Identidade
Maria Filomena Mónica


Lanço o desafio: à Heidi Martins do A Louca da Casa, ao Beja Trindade do Cão Raivoso de Vila das Aves, ao Francisco Sousa do CyberCultura e Democracia Online, ao Carlos Serra do Diário de um Sociólogo, e à Bárbara Cunha do Por um Mundo Melhor.

Rua D. Pedro V - Braga


Totalmente verdade. Em cinco anos a morar em Braga e passando frequentemente nesta rua, tanto a pé como de autocarro, muitas vezes me deparei com um caos do trânsito, sobretudo em hora de ponta. Nos dias de intensa chuva o caos ainda se tornava maior, e para quem anda nos TUB (Transportes Urbanos de Braga) a impaciência era constante.
Recordo-me de há precisamente um ano, num dia de chuva intensa, saír da Universidade ao fim da tarde e apanhar o autocarro para a Avenida Central e o caos foi imenso na dita Rua D. Pedro V. Foi imenso o tempo que o autocarro lá esteve parado, já para não falar nas manobras por cima de passeios, juntíssimo aos carros lá estacionados e mesmo junto a peões. Com esta situação infernal demorei uma hora da Universidade do Minho até à Avenida Central, percurso que a pé se faz em cerca de meia hora.

De facto, os dois sentidos de circulação nesta rua tem de ser repensado, assim como a permissão de estacionamento. Cabe à Câmara Municipal de Braga resolver este problema.

Sobre o Consumo de Drogas

A cannabis é a substância ilícita mais consumida em Portugal mas é a cocaína, muitas vezes associada à heroína, que surge como a principal droga nos consumos considerados problemáticos. Esta é uma das conclusões genéricas dos dados do ano passado, ontem divulgados, na Assembleia da República, pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). Além disso, resulta também do documento, verifica-se uma tendência para a redução da incidência de infecção com VIH/sida entre os toxicodependentes.

Ler mais no: JN

Esta análise relativa ao ano de 2006 não difere muito do ano de 2005. Neste a substância ilícita mais consumida era o haxixe, o resto mantêm-se.
Vejamos o que dizia o Instituto de Droga e Toxicodependência no ralatório de 2005 e que consta no meu relatório de estágio:

"No que concerne aos consumos, o haxixe é a substância ilícita mais consumida em Portugal, destacando-se com prevalências de consumo muito superiores às das outras substâncias nos estudos nacionais e assumindo o papel de substância principal nos processos de contra-ordenação por consumo de drogas.
É no entanto a heroína, muitas vezes associada à cocaína, que surge como a principal droga nos contextos dos consumos problemáticos, como se constata nos estudos e indicadores relacionados com a procura de tratamentos e mortes.
A cocaína tem vindo a ganhar maior visibilidade nos últimos anos, quer nos resultados dos estudos em populações escolares quer nos contextos da procura de tratamentos e mortes."


Substâncias como o haxixe, a cannabis e, sobretudo, o ecstasy são aquelas que são mais consumidas por jovens adolescentes, em idade escolar. Nos estudos mais recentes em populações escolares, constata-se ainda um acréscimo das prevalências de consumo de LSD e de cogumelos alucinogénios.
Nas populações adultas a heroína é a substância mais consumida, assim como muitas vezes a mesma associada à cocaína. Cada vez mais temos estado perante policonsumos, não somente na mistura de substância ilícitas como também na mistura de substâncias ilícitas com substâncias lícitas. O álcool aparece como uma das substâncias mais consumidas ao longo da vida e leva, não raro, ao consumo de substâncias ilícitas.

Coisas de Sócrates!

Aquilo que não puderes controlar, não ordenes.

Sócrates, filósofo grego

27 novembro 2007

Chafariz em Degradação

Nos últimos dois meses tenho estado todos os dias no centro da vila, por tal, tenho estado minimamente atenta ao que por ali se vai passando. Por vezes, passo junto aquela fonte ou chafariz (como lhe queiram chamar) que fica junto à Torre das Fontaínhas e tenho consequentemente reparado no estado de degradação que o mesmo se encontra.
A água que vai caíndo é limpa, sem dúvida. Contudo, o mesmo não se poderá dizer do mármore que está cada vez mais sujo, aquele espécie de riacho por onde corre a água que, não raro, se encontra com lixo, verdete, tornado aquilo num lugar em nada aprazível. A madeira dos bancos que lá se encontram estão já num estado de podridão, assim como as passagens de madeira no chão enfrente ao mesmo chafariz.
É, de facto, lamentável que se encontre nesta situação degradante algo que poderia dar brilho e cor aquele espaço. Ainda me lembro de em tempos de escola ir até lá com os meus amigos, onde passavamos algum tempo a conversar.

Certamente que a reabilitação daquele espaço compete à gestão autárquica, mas terá já a Junta de Freguesia de Vila das Aves feito chegar a informação à Câmara Municipal?
É urgente a reabilitação do espaço, sobretudo a madeira do solo, antes que alguém lá passe e se magoe enterrando lá os pés.
Todavia, não poderemos desconsiderar o importante facto de se encontar no centro da vila onde dá péssimo aspecto. Sobretudo tendo em linha de conta que lá próximo se encontram importantes infra-estruturas marcantes da nossa vila onde frequentemente recebem pessoas fora da vila, fora mesmo do próprio concelho, como sejam o Centro Cultural, a Escola da Ponte e até mesmo a Junta de Freguesia.
Não poderemos correr o risco de que se torne em mais um espaço deixado ao abandono e entregue aos consumidores de drogas.

É importante que vejamos o que está mal e o denunciemos, por uma Vila das Aves cada vez melhor!

IDH - Portugal desce no Ranking




O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) criado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) visa a avaliação dos progressos globais dos países em matéria de desenvolvimento. O IDH é calculado com base três indicadores:
- Produto Interno Bruto (PIB pc/ppc)
- Saúde (esperança de vida à nascença)
- Educação (alfabetização de adultos e escolarização bruta)

Iniciativa Importante da APAV

A Associação Portuguesa de Apoio à Vitima (APAV) vai ter a partir de amanhã (hoje) um website para a prevenção da violência sobre crianças e jovens ou entre estes grupos etários.
O site "apav j" (www.apav.pt/apavj), que será apresentado na Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Nuno Gonçalves, em Lisboa, tem como objectivo explicar às crianças e jovens vários tipos de violência, bem como formas de se protegerem em casa, na rua, na escola e na Internet.
Este portal, segundo a APAV, está direccionado para várias idades (menos de oito anos, dos oito aos 13 e mais de 13), com abordagens específicas, histórias de outras crianças e jovens e formas de procurar ajuda junto dos serviços da associação.
De 2001 até ao primeiro semestre de 2007, foram atendidos e apoiados pela rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima da APAV cerca de 5850 crianças e jovens.
As crianças e jovens atendidos e apoiados pela APAV foram, na sua maioria, vítimas de crimes no âmbito da violência doméstica (cerca de 5367). No entanto, nos últimos anos, a APAV tem verificado a existência de outras formas de vitimação infantil e juvenil em contextos como a escola, a rua e a Internet.
O website contém ainda uma área para pais e educadores, onde é feito o alerta para as consequências da vitimação, e onde os adultos são sensibilizados para esta problemática, oferecendo-se também ajuda.
Este produto inovador foi desenvolvido no âmbito do Projecto MUSAS II (co-financiado pela Comissão Europeia no âmbito do Programa Leonardo da Vinci - Programa comunitário de acção em matéria de formação profissional - Redes Transnacionais).

Notícia: O Público

26 novembro 2007

[...]

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáceis, e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa

A Família Sociológica

(2006)

*faltam alguns elementos

25 novembro 2007

Portugal e a Galiza

A Galiza e, em particular, Vigo estão a crescer rapidamente e temo que a minha cidade, o Porto, bem como o Norte de Portugal, não esteja a saber acompanhar esse crescimento galego, correndo o sério risco de vir a ser ultrapassada dentro de pouco tempo por Vigo.

Vigo está a assumir (ou tenta assumir) claramente o controle do Norte da Península Ibérica, pelo menos o Norte de Portugal e a Galiza. A cidade de Vigo está a converter-se numa metrópole, densamente povoada, cosmopolita, afirmativa, elevada auto-estima incentivada pelos seus meios de comunicação social, urbanisticamente bem planeada e interessante (já foi uma cidade feia), economicamente pujante, enquanto as cidades do Norte de Portugal próximas, Viana do Castelo ou Braga, sofrem transformações urbanas à dimensão dos 7 anões da Branca de Neve.

Texto integral em: CyberCultura e Democracia Online


O Francisco tem razão. O Norte de Portugal corre o risco de ficar subjulgado e em inferioridade relativamente à Galiza que tem apresentado indíces mais elevados de crescimento económico e de desenvolvimento. Não raro, apresentar mais alternativas e oferta de produtos e serviços a preços mais atraentes que Portugal. É todo um conjunto de variáveis a que a região norte de Portugal tem de atender para não ser ainda mais ultrapassada pela Galiza.

Sociólogo de esquerda vs. Sociólogo de direita

Os sociólogos de esquerda, com os quais perfilho a identidade, cumprem uma missão histórica, potencialmente subversiva. Aliás, é aí onde, no meu entender, reside a verdadeira sociologia: a subversão dos sentidos superficiais atribuídos à vida quotidiana. (...)
Ser sociólogo de esquerda é ser sociólogo por vocação.
Por outro lado, existem os sociólogos de direita, que são os ideólogos do sistema, os que se preocupam com o status quo. São os lambe-botas do sistema. Sobre eles não preciso mais dissertar. São claros os prejuízos que trazem à imaginação sociológica e à dúvida radical.
Uma terceira categoria é a dos sociólogos mercenários. Esses são autênticos garimpeiros da sobrevivência.


Os sociólogos de esquerda encontram-se geralmente mais expostos até porque intervêm nas lutas sociais ao lado daqueles que dispõem de menos recursos materiais e simbólicos. Dependendo da maturidade do regime democrático nem sempre o sociólogo que assume esta identidade é bem vindo.
Relativamente ao sociólogo de direita o cenário parece-me oposto.

Joaquim Fumo em entrevista a Carlos Serra

24 novembro 2007

Marco António Costa em Santo Tirso


O candidato à Comissão Política Distrital, Marco António Costa, esteve presente hoje ao fim da tarde na sede concelhia do PSD de Santo Tirso.
Marco António tem andando pelos concelhos do distrito do Porto, indo de encontro aos militantes de base do partido. Com o intuito de estar junto dos sociais-democratas, partilhando ideias, projectos e visualisando necessidades e problemas que os afectam, como o próprio Marco António disse, está assim a antecipar trabalho mesmo antes de ser efectivamente o presidente da CPD/Porto.
O seu discurso foi pautado, sobretudo, pela sua vontade ao candidatar-se à CPD/Porto alegando uma vontade em fazer face aos problemas e desafios que se impõem no nosso distrito e que urge ultrapassar.


Não obstante, também o combate eleitoral de 2009 que se apresenta em três frentes (Europeias, Legislativas, Autárquicas) também foi alvo de muita atenção por parte de Marco António. As Legislativas e, sobretudo, as Autárquicas foram aquelas que mais mereceram a atenção deste candidato à CPD do Porto. E tal devido ao domínio socialista que impera em Santo Tirso há anos, que tem atrasado muito o nosso concelho, e que urge combater.
Todavia, foi nas alterações que passarão a reger o poder local que Marco António mais se estendeu, nomedamente a limitação do número de mandatos e a Lei da Paridade. E aqui realçou algo que, também a meu ver, se apresenta como de uma importância imediata: recrutar mais mulheres e jovens para a política e para as estruturas partidárias. Não se pode propriamente chegar a 2009 e apresentar pessoas (nomeadamente com a exigência de aumento do número de mulheres a candidatas) só porque assim tem de ser, e essas pessoas não têm a mínima inserção e experiência política e partidária. É necessário mobilizá-las já e prepará-las para os confrontos que aí se avizinham.

Contudo, ainda houve tempo para mais um assunto: a Regionalização, no qual Marco António também se debruçou.
De seguida, teve lugar o debate de ideias entre Marco António e os militantes tirsenses.

É sempre um orgulho e um prazer ter por Santo Tirso, Marco António Costa. Santo Tirso gosta dele (em especial os habitantes de Vila das Aves) e ele demonstra sempre muito prazer em estar em Santo Tirso!
Como já várias vezes referi neste blog, nutro uma enorme simpatia por Marco António Costa. É um político que está sempre perto e com a sociedade civil (mais concretamente com os militantes do PSD), preocupa-se em saber das dificuldades e problemas das populações, esborda simpatia e atenção. Já para não falar no seu discurso político sempre atraente, ou seja, é um político que fala muito, fala certo, e que nunca cansa ouvir. Consegue captar a atenção do seu público-espectador do início ao fim do seu discurso.


Santo Tirso está com Marco António Costa!

23 novembro 2007

Escola da Ponte

A Ponte é mais uma, entre muitas escolas que, durante o último século, ousaram defrontar o pensamento único e toda a espécie de fundamentalismos pedagógicos. Foi (e continuará sendo) uma luta incessante contra culturas de solidão, contra a burocracia dos ministérios, a mediocricidade dos políticos e de professores sem escrúpulos. Sabemos que, se o maior aliado do professor é outro professor, o maior inimigo do professor que ousa ser diferente é, também, outro professor. Porque assim é, a Ponte foi alvo de calúnias e agressões vindas de professores de escolas (geograficamente) próximas. E, porque a reelaboração da cultura pessoal e profissional é um processo lento, também foi necessário defrontar a erosão interna - os "invasores" causaram danos, por vezes irreversíveis.
A Ponte passa por transições de natureza diferente da crise geral da Escola. Na Ponte, são procurados caminhos para os descaminhos da Educação. Busca-se concretizar Escola Pública, aquela que - quer da iniciativa estatal, quer da iniciativa particular, a todos os alunos confere garantias de acesso e a todos dá condições de sucesso.
Quando perfaz trinta e dois anos de existência, o projecto da Escola da Ponte está no princípio. Aliás, todos os projectos estão sempre no seu início, sempre no seu "ano zero", no tempo de recomeçar.

Professor José Pacheco, EntreMargens

21 novembro 2007

Portugal está no Europeu 2008!


Depois da OTA, do Poceirão, de Alcochete...

Violência Doméstica - (II)


Sobre violência doméstica já escrevi aqui.

Tipos de blogs!

Creio que poderemos dividir os conteúdos da blogosfera em seis grandes campos (ainda que, claro, não esqueça os percursos transversais e as combinações):

- o blogue tipo “gosto de comer amendoins”
- o blogue de distracção descerebralizadora
- o blogue de exegese erótica
- o blogue científico
- o blogue político
- o blogue comercial (directo ou disfarçado).

Por: Carlos Serra, em entrevista ao Agry

20 novembro 2007

[...]

Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.

Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, mas não vai sozinha nem nos deixará só, porque leva um pouco de nós e deixa um pouco de si.

Há os que levam muito e deixam pouco, há os que levam pouco e deixam muito.

Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que não nos encontramos por acaso.

18 novembro 2007

A Desertificação: Um Problema Social

Cinco anos após a inauguração da nova aldeia da Luz, no concelho de Mourão, o presidente da junta assegura que "muitas casas e terrenos" ainda não estão registados em nome dos moradores e estes queixam-se também da persistência de velhos problemas.

"O Alqueva não trouxe nada, nem bom nem mau. No início, fizeram isto muito fácil, há-de haver barragem, turismo, fábricas, muita gente. Olhe, não aparece aqui ninguém e as casas estão todas imperfeitas", sentencia, à agência Lusa, Rosa Falé, prestes a cumprir 71 anos. Numa ponta da rua da Estrela, onde mora, a idosa faz o balanço dos últimos cinco anos na aldeia que a viu nascer e criar, mas que já não é a sua "velhinha" Luz, desmantelada e submersa pelas águas de Alqueva.

Notícia: JN


Sobre a desertificação já eu tinha falado no Avenida Central.

Infelizmente,a desertificação de certas terras ou regiões e o descontentamento das suas gentes não acontece só por terras transmontanas. Não esqueçamos que o Alentejo é uma província que também padece de desertificação, onde os seus habitantes sentem que são depositados ao abandono, sítios onde parece que o desenvolvimento ainda não chegou e onde assistimos a situações de pobreza, de desânimo das suas populações. Ainda me recordo de há uns anos quando regressava de férias do Algarve, parar e visitar terras alentejanas como Barrancos, Aldeia da Luz onde subsistiam relações de vizinhança, onde seus habitantes demonstravam descontentamento por serem colocados ao desprezo. Estivemos, sobretudo, à conversa com habitantes da nova Aldeia da Luz onde eles nos mostraram o seu descontentamento por não verem satisfeitas algumas das suas exigências e vontades aquando da mudança. E a única diferença que eu via da velha para a nova Aldeia da Luz foi precisamente as habitações. De resto, tudo igual: desertificação daqueles lugares, maioritariamente idosos, mentalidades esquecidas e desvalorizadas.O desenvolvimento sócio-económico precisa urgentemente de chegar a estas terras e suas populações para que deixemos de assistir a uma desertificação do interior em favor de um cada vez maior urbanismo desordenado que afecta as regiões do Litoral.

Vejamos grandes cidades como Lisboa e Porto onde nos seus grandes centros encontramos graves contrastes de lojas luxuosas no rés-do-chão em oposição com os andares habitacionais cada vez mais degradantes. Cidades ricas e luxuosas, com um elevado nível de vida e ao mesmo tempo "bairros de lata" cheios de indíviduos de diferentes raças e minorias étnicas e culturais colocadas ao abandono e à degradação económica e social.

E, mesmo dentro da região Litoral, não raro assistirmos a freguesias paradas no tempo, por assim dizer. Assistimos nos nossos concelhos a terras também elas deitadas ao abandono, onde parece que só interessam as cidades-concelho e todas as suas freguesias ficam pobremente esquecidas.Recordo há dois anos quando andei em campanha para as autárquicas em algumas freguesias do concelho de Santo Tirso, vi pessoas e sítios abandonados, com ruas estreitas e sem pavimentação, degradadas ao ponto de nem sequer uma ambulância conseguir lá passar numa possível situação de emergência.Falo também aqui de lugares que nos são tão próximos e para os quais os agentes autárquicos não parecem minimamente preocupados. Por exemplo, no concelho de Guimarães proliferam as ditas freguesias paradas no tempo, onde o desenvolvimento parece que ainda não chegou, onde as mentalidades dos seus habitantes parecem retrógadas. Falo, por exemplo, da freguesia onde mora grande parte da minha família paterna. Conheço Serzedelo desde que nasci e em 24 anos da minha existência não consigo ver nada de novo, nada que tenha evoluído naquela terra. Continuam a persistir as relações de vizinhana onde todos sabem de tudo de todos; só se vêm casas e um cafezito aqui e acolá e mais nada, mais nada mesmo; as mentalidades das pessoas não evoluiram, as pessoas continuam a ter baixa escolaridade, as jovens casam ainda adolescentes ou em início de fase adulta porque já estão grávidas; terras onde a informção não chega; são terras pequenas, onde o tranporte público parece que não chega; sem pavimentação. Há uns meses passei por uma freguesia do concelho de Guimarães que ainda consegue ser pior. É Airão, onde também só se vêm casas, ruas estreitas, sem passeios. Onde as pessoas se encontram nos raros cafés da esquina, onde o desenvolvimento não chegará tão cedo. E eu pergunto, que Guimarães é este que será capital europeia da cultura? Onde está a gestão autárquica que só se preocupa com a cidade e deixa ao abandono as suas freguesias paradas no tempo? Porque não fazem chegar às suas populações as condições minímas e necessárias de existência?

Porque continuam todas estas realidades ocultas e deixadas ao esquecimento e nada se faz???

17 novembro 2007

Parabéns Aves!!!

No passado dia 12 o Desportivo das Aves completou 77 anos de vida.


Hoje decorrerá na Quinta do Rio um jantar-convívio entre direcção, antigos dirigentes e sócios do clube com vista a comemorar mais um aniversário.
A apresentação do novo Site do clube será a prenda de aniversário que brindará o jantar.




(Via: Desportivo das Aves)

Santo Tirso ConVida...Natalícia

A cidade de Santo Tirso acolhe hoje, pelas 18 horas, a maior exposição nacional de presépios. A par da iniciativa que arrancou no ano passado, o átrio da Câmara Municipal serve de palco a aproximadamente 500 presépios de prestigiados artistas.

Dentro do programa da II Exposição Nacional de Presépios, que estará patente até ao dia 2 de Janeiro, Santo Tirso acolhe ainda, no fim-de-semana de 30 de Novembro a 2 de Dezembro, a Feira de Presépios, numa tenda disposta na Praça 25 de Abril (espaço frontal ao edifício da Câmara). Aí, tal como já aconteceu no ano passado, o público pode adquirir presépios e gozar de uma farta animação, onde não faltarão a actuação de ranchos e a apresentação de um espectáculo de teatro que passará pelas ruas da cidade, recriando o nascimento de Cristo.

Notícia: Jornal de Notícias

Debate sobre Regionalização

A Comissão Política do Núcleo Ocidental do Porto do PSD promove hoje pelas 17h uma Conferência/Debate subordinada ao tema da Regionalização e decorrerá na ANJE- Associação Nacional de Jovens Empresários.
O Debate terá como oradores Agostinho Branquinho e Miguel Relvas.

Participe!

14 novembro 2007

Parabéns

77 anos

13 novembro 2007

O Génio Português

Morangos com Açúcar - uma série (des)educativa? (II)

A série juvenil Morangos com Açúcar tem vindo a alcançar um enorme sucesso e atrai público das mais diversas idades e das mais diversas formações. Ao contrário de muita gente que vê a série e não assume vê-la por vergonha, eu assumo que sou telespectadora desta série desde o seu início. Não com muita regularidade mas com aquela que me é possível.

A série tem muitas falhas, inconvenientes e mensagens mal passadas. Contudo, também passa cenas reais e de reflexão e esta série actual é, a meu ver, a mais bem conseguida. As séries anteriores retratadas num colégio privado apresentavam situações de aplicação na realidade, contudo a nova série apresentasse do meu ponto de vista como mais interessante dado decorrer numa escola pública, com famílias maioritariamente de classe baixa e média/baixa e de baixo estatuto social.

Deparamo-nos com uma realidade que acontece em muitas escolas públicas nomeadamente das escolas das urbes. As instalações não são das melhores, salas cheias de alunos enquanto nas privadas nos deparamos com melhores instalações e turmas menos lotadas. Ou seja, há toda uma apropriação do espaço por parte dos indivíduos que nos indiciam relativamente à sua pertença social.
Depois a sua apropriação do tempo que se concentra sobretudo entre a escola e a casa, alguns casos articulando com a prática de andebol por parte dos rapazes e a claque por parte das raparigas. Hábitos e modos de vida que indicam a sua pertença familiar e social como sendo de classe e estatuo baixo/médio. O próprio desporto desta série, o andebol, é um desporto considerado praticado por indivíduos de classe e estatuo baixo/médio. Por seu turno, as pessoas que assistem são de uma classe baixa mas também de uma classe média.
Toda esta apropriação do tempo e do espaço nos dão determindas características do estilo de vida dos indivíduos.
A própria linguagem dos indivíduos que usam uma linguagem muito corrente e, sobretudo, o calão.

Nesta série deparamo-nos também com alguns indivíduos com um estilo dread, funk próprio de indivíduos rebeldes e revoltados com a sua vida e que expressam, não raro, pelo seu vestuário uma forma alternativa de vida, uma forma de se expressarem e de me marcarem a sua posição no espaço social distinguindo-se dos outros e assumindo-se como pertencentes a um grupo (geralmente uma subcultura) com comportamentos e modos de vida próprios. Geralmente descarregam a sua fúria e fazem valer o seu novo papel social, assumindo-se como protagonistas do cenário social, batendo e humilhando os alunos mais novos que são aqueles que se submetem às suas vontades. São indivíduos muitas vezes oriundos de famílias problemáticas nas quais eles não recebem o mínimo de carinho e atenção, nas quais sentem que não lhes é dado valor e atenção, levando-os a alcançar o protagonismo através de formas desviantes.
Geralmente, são maus alunos dada a sua rebeldia e desinteresse pelos estudos que advém, muitas vezes, de estarem inseridos num lar onde estão perante uma desestruturação familiar: laços familiares cortados, ausência de um dos progenitores, pais demasiado benevolentes na educação dos filhos, entre outros pontos.
Aqui ainda nos deparamos com famílias onde houve ruptura familiar que, por tal, vive com graves dificuldades financeiras para sustentar filhos na escola. Tal também leva a inconformismo e revolta por parte dos jovens quando cada vez mais inseridos numa sociedade consumista.
Ainda retrata casos de crianças orfãs que vivem em lares e frequentam a escola muitas vezes censuradas pelos colegas por isso. Jovens carentes, que nunca souberam o que era afecto maternal e paternal. Uns vivem o ressentimento de forma mais pacata, outros revoltam-se através do vestuário e pelos seus comportamentos desviantes.

Por outro lado, estamos perante uma família de classe social alta e elevado estatuto social, mais concretamente mãe dentista e pai cirurgião. Deparamo-nos aqui com uma grande ausência dos progenitores na educação do filho visto andarem sempre ocupados e somente interessados na sua actividade profissional. Dinheiro e bens não faltam mas o jovem é carente de atenção. Não obstante, muitos destes jovens muitas vezes optarem pelo desvio como forma de obter atenção, mas por acaso nesta série isto não se aplica.

Não raro, estes indivíduos assumirem comportamentos desviantes como o início precoce no consumo de estupefacientes que podem decorrer de diversos factores. Factores de índole individual como a curiosidade, a necessidade de pertença ou de filiação a um grupo, a procura do risco ou uma forma de auto-afirmação, necessidade de evasão ou euforia. Depois factores familiares como a ausência de progenitores ou a demissão de algum na educação dos filhos, o exemplo de algum dos progenitores que também bebe ou fuma, ausência de equilíbrio nas relações familiares. E ainda factores de carácter social como a influência da cultura do meio social em que o indivíduo está sujeito, a própria escola vivida como aborrecida e desligada dos problemas da vida real e as desigualdades sociais de oportunidades.

Se esta série não caír no ridículo como já aconteceu em fases de séries anteriores poderá ter um significado importante na transmissão de valores.

12 novembro 2007

XXIªs Jornadas Culturais de Vila das Aves

16 de Novembro de 2007



Palestra “50 anos do Tratado de Roma»

09h30 / 12h30 – Drª. Paula Dionísio Centro de Informação Europeia Jacques Delors, palestra para o público escolar.

Debate «O Tratado Reformador: Presente e Futuro da Europa»


21h00 - Cerimónia de abertura.

21h30 - Debate com a presença da Profª. Drª. Elisa Ferreira e o Prof. Dr. Vital Moreira com moderação de Manuel Carvalho (director-adjunto do jornal Público).

23h30 - Cerimónia de encerramento.

11 novembro 2007

Nuno Gomes


[...]

Pois que nada dure, ou que, durando,
Valha, neste confuso mundo obramos,
E o mesmo útil para nós perdermos
Connosco, cedo, cedo,

O prazer do momento anteponhamos
À absurda cura do futuro, cuja
Certeza única é o mal presente
Com que o seu bem compramos

Amanhã não existe. Meu somente
É o momento, eu só quem existe
Neste instante, que pode ser o derradeiro
Ser de quem finjo ser?

Fernando Pessoa (Ricardo Reis 16/03/1933)

10 novembro 2007

Pouca Assistência no Estádio do Aves

Segundo os dados OFICIAIS da Liga, o Aves é uma das equipas com pior média de assistências da Liga Vitalis. Vejam as estatísticas:

1ª JORNADA: Aves - Olhanense, 748 espectadores
3ª JORNADA: Aves - Estoril, 678 espectadores
5ª JORNADA: Aves - Varzim, 546 espectadores
7ª JORNADA: Aves - Feirense, 788 espectadores
9ª JORNADA: Aves - Portimonense, 676 espectadores

















Via: Desportivo das Aves


Números bem longe dos da época passada...

09 novembro 2007

PSD Porto: Marco António Costa apresenta candidatura

O actual vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Marco António Costa, apresentou hoje na sede do PSD/Porto a sua candidatura à Comissão Política Distrital.
Marco António já ocupou este cargo entre 2002 e 2006 e desempenhou dignamente o seu trabalho, sempre perto dos apoiantes do PSD de muitas terras do nosso distrito.
Assim, Marco António articulará o cargo da vice-presidência da Câmara de Gaia com o cargo de líder do PSD/Porto.
Recorde-se ainda que este social-democrata foi também secretário de Estado da Segurança Social do Governo de Santana Lopes.


Recebo com enorme alegria o regresso de Marco António Costa à liderança do PSD do meu distrito pois ele já deu provas de um excelente trabalho e estou certa de que continuará a fazer.


Relativamente à Câmara de Gaia suscita-me uma interrogação: com o presidente da Câmara, Luís Filipe Menezes, a articular o cargo da mesma com a presidência do PSD e, por seu turno, Marco António Costa a articular a vice-presidência com a liderança do PSD/Porto, terão eles a capacidade suficiente para governar tão eficazmente como até agora a Câmara de Gaia? Ou sairão o PSD Nacional e o PSD Porto prejudicados?
A ver vamos... Como admiradora que sou de ambos e crente na sua capacidade política-governativa espero que liderem eficientemente ambos os compromissos.

A Centralidade do Trabalho



O trabalho como factor de produção, actividade socialmente útil, essencial à socialização, expressão de qualificações, fonte de direitos sociais e de cidadania, direito universal e espaço de valorização, factor de alienação económica e ideológica, condição de acesso a padrões de consumo e estilos de vida, actividade humana que se adapta às novas preocupações ambientais e ecológicas.

Nestas nove dimensões assenta a análise de Carvalho da Silva à centralidade do trabalho, tema da sua tese de doutoramento em Sociologia, agora convertida em livro, sob o título "Trabalho e sindicalismo em tempo de globalização - reflexões e propostas".



Carvalho da Silva não é uma pessoa pela qual eu nutra muita simpatia mas não posso negar a pertinência da sua tese de doutoramento. E estou em crer de que este livro tem muito para nos mostrar e ensinar. Aconselho vivamente a sua leitura e espero mesmo eu lê-lo.
De momento podem saber mais aqui.

Estou farta...

...de estar desempregada.

07 novembro 2007

Norte: Envelhecimento da População e Desertificação

Uma região com um território despovoado e envelhecido. E marcado por fortes assimetrias entre o litoral e o interior. Foi este o diagnóstico traçado, ontem, pela professora Teresa Sá Marques, na síntese final do debate promovido pelo Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e subordinada ao tema "A Região Norte de Portugal: dinâmicas de mudança social e recentes processos de desenvolvimento".

Escutaram-se notas de pessimismo sobre a região "Somos das regiões com piores indicadores ao nível europeu", disse a investigadora do departamento de Geografia da FLUP que, socorrendo-se do estudo realizado, fez um paralelismo entre a década de 80 e os tempos actuais: "Vive-se melhor do que há 20 anos, mas as dinâmicas não foram suficientes. Numa sociedade marcada pela globalização, quem ficar para trás fica ainda mais atrasado", concluiu.

Mais sobre o assunto no JN.

Nação e Identidade

A memória de uma nação é a base da sua identidade. É por isso que considero que, sem uma historiografia rica, viva e polémica, o debate sobre as características nacionais é uma imbecilidade.

Maria Filomena Mónica

Um Estudo Curioso!

Este post foi eliminado dada a incompreensão e insensibilidade de alguns dos comentadores para o tema. Ao Anónimo que encarou este assunto de forma natural as minhas sinceras desculpas ao ver eliminadas as suas ideias.
As ofensas pessoais, seja a mim seja a qualquer comentador deste blog, não são aqui permitidas.

Para quem queira abordar o tema de forma honesta e sem ofensas, pode fazê-lo em: Temas da Actualidade (I) - A homossexualidade publicado aqui.
Agradeço a compreensão e peço desculpas aqueles que desiludi.

04 novembro 2007

É lamentável...





Mais empenhadas parecem estar a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e a Câmara Municipal do Porto garantindo pôr à disposição os meios financeiros que as suas capacidades assim permitirem.


A ponte Maria Pia é um momumento marcante nas cidades de Porto e Gaia. Seria de todo lamentável que ela não venha a ter obras de reabilitação e volte a ter uma funcionalidade para os que lá querem passar.

Para Sempre a Minha Paixão!





"Qual é a melhor idade para aprender a ler?"

Perguntas sem sentido, pois conheço crianças de quatro anos aptas para a alfabetização e jovens de dez anos sem condições para aprender a ler e a escrever. (...) A melhor idade é a idade de cada qual.

O processo de letramento é um processo de inclusão. Aprender a ler é desejo e esforço. A linguagem é produção social. E não pode ser ensinada como se todos fossem um só. A linguagem é aprendida socialmente, nas interacções verbais, como nos avisam Baktin e Freire. Ao ensinar a ler como se todos fossem um só, a escola não promove o uso da leitura e da escrita como meio de comunicar e de assumir cidadania.

"Os nossos alunos, em sua grande maioria, repudiam a escola, querem fugir dela. Nossa escola sufoca, não desenvolve a cidadania, mas nós acreditamos numa outra escola, e vamos lutar para que ela exista".

Professor José Pacheco, EntreMargens

Falta de Educação Cívica nas Estradas



O número de atropelamentos em Portugal regista um número deveras significativo. De quem é a maior culpa: condutores ou peões? Eu diria de ambos. Embora eu seja mioritariamnente peão, também sou condutora e assisto a graves erros de conduta cívica e mesmo desleixo por parte das pessoas na estrada. Denoto que, de facto, os peões não são muito respeitados nas estradas por parte dos condutores, excesso de velocidade por parte dos condutores e mesmo falta de civismo leva a muitos atropelamentos nas nossas estradas. Por seu turno, os condutores também têm as suas óbvias razões de queixa. Os peões por vezes acham-se os "donos" da estrada e atiram-se inadvertidamente para a frente dos carros não tendo os condutotes hipótese de abrandar atempadamente a velocidade do veículo.

Falta civismo na estrada aos portugueses e é necessária uma aposta forte na sua formação cívica. Porque não apostar na Educação Cívica nas escolas? Sei que há poucos anos foi implementado no 2º e 3º Ciclo a disciplina de Formação Cívica, desconheço o seu conteúdo temático mas espero que tenha incidência nesta área.
Porque não nas Aulas de Código (quando tiramos a carta) apostar mais na educação cívica? O manual deveria incluir este tema e ter uma forte incidência por parte dos instrutores. Mas como é óbvio tal terá de partir da Direcção Geral de Viação.

O que muitas vezes acontece é que os portugueses são legitimadores do erro. Em vez de verem no mesmo uma forma de mudar de atitude, de alterar comportamentos na estrada continuam a legitimá-los.
Veja-se um caso que me foi contado pela minha mãe há algum tempo. Estava ela no talho e à sua frente estava um agente da GNR que não pagou nada do que levou. A minha mãe disse em tom de brincadeira à dona do talho "Hoje não se paga nada? Também levo tudo sem pagar?" A senhora do talho respondeu-me "Sabe como é, nós andamos na estrada e não sabemos se precisaremos deles.." Ou seja, se cometer erros prejudicias na estrada e levar com uma multazinha, "no problem", o agente da GNR safa a multa porque levou a carne toda de graça!
O mesmo sucede com a minha tia que às vezes traz umas coisitas sem pagar. Porque será? - O meu tio é agente da PSP em Santo Tirso! Já há alguns anos que o meu tio não é polícia de rua mas quando o era também aparecia muitas vezes a casa com uns presuntos e umas garrafinhas de wisky. Que maravilha!

É este o comportamento que tem de ser alterado. Não é andar aí a cometer erros graves na estrada pondo em risco a sua vida e a dos outros e depois tudo se resolve com uma oferenda. Não pode ser... É essencial apostar na prevenção apostando na educação cívica nas estradas.

03 novembro 2007

Sobre o Ranking das Escolas

O ranking é construído com base em números, as notas obtidas pelos alunos nos exames nacionais. Não contam no ranking a dedicação de professores e funcionários, a capacidade para mostrar às crianças o mundo real(...), a imaginação deve ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. No ranking não entra o esforço para integrar minorias étnicas ou lançar pontes para os que vivem sem condições.
O ranking não nos diz quais são as melhores escolas do país; mostra-nos as escolas onde os alunos obtêm melhores notas.
Gostava de ter visto alguém do Governo falar disto antes que se instalasse a ideia de que o privado é que é bom. Mas não vi. Porque neste país o que está a dar é empurrar quem tenha um mínimo de condições financeiras para o sector privado, na educação como na saúde. E isso, a médio prazo, terá duas consequências: abandalhar o sitema público e criar um fosso social que só envergonha um país que quer ser do primeiro mundo.

Luís Francisco, Semanário Sexta

02 novembro 2007

Acontece a quem canta de galo!

FC Porto 1 - 1 FC Belenenses

Depois de oito vitórias em oito jogos, eis que a equipa da Invicta perde os primeiros pontos. Mais empates e derrotas virão, espero!

Temas da actualidade (IV) - O Terrorismo

Hoje em dia quando se fala em "terrorismo" todos nos lembramos de Árabes, Muçulmanos, "Burcas", Iraque, Afeganistão, “Bin Laden” e outras coisas mais que nos entraram pela casa dentro durante dias e dias a fio quando aconteceram os atentados terroristas de dia 11 de Setembro de 2001. Terroristas, hoje em dia, são para toda a gente os Muçulmanos e os Árabes, aqueles “fanáticos religiosos” que lêem o "Corão" e não comem carne de porco. Neste Século todos sabem, até as crianças, quem é Bin Laden ou a "Al Qaeda", e imediatamente associamos estes nomes a terrorismo. Aqui bem perto há uma outra "força terrorista" a que a Europa já se habituou a ouvir falar, e a temer, a "ETA" que usa o "terrorismo" como forma de lutar pela independência de um território que está sob a autoridade estatal de Espanha e França. A "ETA" coloca inúmeras bombas, mata e fere muita gente, é muito conhecida e temida na Europa, porém, quem conseguiu alcançar a fama mundial foi a "Al Qaeda", e o seu líder Bin Laden.

Mas pensemos, usemos a nossa memória para rever os acontecimentos históricos em cerca de 4000 anos de História da Humanidade: será que os terrorismos nascem pelas mãos da “ETA”, pelas mãos da “Al Qaeda” ou pelas mãos das organizações que lutam desde a segunda metade do Século XX pela liberdade, autonomia e independência da Palestina? Não me parece que nenhuma destas respostas esteja certa porque os terrorismos nascem muito antes com o nascimento das sociedades humanas organizadas. Ou será que estas mesmas sociedades organizadas nascem devido a um acontecimento terrorista?
Não faz sentido para a "alma" deste texto esclarecer aqui e agora de que forma nascem as sociedades organizadas que, mais tarde em “Westfália”, durante o Século XVII, dão origem aos "Estados" modernos que conhecemos hoje. Há um grande número de teorias para explicar o nascimento das sociedades organizadas de Homens, umas delas não é mais do que puro e simplesmente "terrorismo, à moda de alguns Séculos A/C, sem "homens bomba" ou ataques a torres. Esta teoria afirma que as primeiras sociedades humanas foram criadas quando grupos de "odes guerreiras" se instalaram próximos de "povoados de camponeses pacíficos". Estes últimos foram subjugados pela força das armas e, fundamentalmente, pelo medo.
Alguns Séculos mais tarde, aquando das conquistas Romanas na Europa, o que podemos chamar aos próprios Romanos que usavam o seu imenso exército, as "Legiões", para controlar todas e quaisquer populações que habitassem os territórios que estes pretendiam. Da mesma época podemos também pensar no inverso, ou seja, o que considerariam os Romanos, do alto da sua "civilização", que consideravam superior a todas as outras, dos ataques de que eram alvo por parte dos povos conquistados. Também os Romanos viviam com a preocupação constante de serem atacados pelos povos "bárbaros" que emboscavam, assaltavam e violentavam os cidadãos e as cidades Romanas.
Apesar de ainda hoje serem considerados, e considerarem-se como os defensores e difundidores da moral e bons costumes, também os católicos, neste particular a Santa Sé, através da "Inquisição" usou e abusou do terrorismo, senão vejamos: o que podemos chamar à carnificina e ao clima de terror levado a cabo pela Igreja Católica na "Idade Média", quando alegadamente pretendia solucionar o problema dos hereges, e que culminou com milhares de mortes na fogueira, sentenças de morte passadas pelo Tribunal do Santo Ofício a pretexto de heresia e práticas de bruxaria ou pactos com o demónio? As acusações eram simples e as penas executadas de forma rápida, sem qualquer tipo de prova ou certeza, mais ou menos absoluta, (na maioria dos casos) de que os factos de que as pessoas eram acusadas tinham algum fundo de verdade. A Europa vivia num clima de terror profundo e permanente durante anos a fio as pessoas sentiam que podiam ser acusadas, mesmo injustamente, julgadas e mortas numa questão de dias. O que podemos chamar a isto que não Terrorismo?!
Avançando mais uma vês no tempo, nos anos e nos Séculos vamos encontrar sem qualquer dificuldade outras formas de Terrorismo: na época dos Descobrimentos, para falar somente de alguns factos, o que era o próprio processo de colonização se não mais uma forma de terror? Os colonizadores usavam o seu poder de conhecimento de técnicas de guerra mais avançadas (como as armas de fogo) para aterrorizar as populações nativas e as poder submeter, em muitos dos casos à escravatura, ou então a um processo de colonização, muitas das vezes violento e sempre sob o lema do terror. Ainda durante este período não podemos esquecer a pirataria, fenómeno criado, muitas vezes pela mão de Estados, que usavam os piratas para aterrorizar os viajantes, quer por mar quer por terra. É um facto histórico inegável que se vivia um clima de terror enorme, principalmente nos mares, devido à pirataria. Isto, segundo me parece, é uma forma de terrorismo.

Se dermos um grande salto cronológico e viajarmos rapidamente até ao Século XX vamos encontrar outra forma de terrorismo, desta vez levado a cabo por dois Estados, os dois maiores colossos militares da segunda metade do Século XX. Os EUA e a URSS (que entretanto já não existe) aterrorizaram-se um ao outro, e ao resto do mundo, durante mais de três décadas. A “Guerra-Fria” não foi mais do que um “equilíbrio do terror”, o que por mais de uma vez fez com que o conflito armado, na sua máxima força não acontecesse foi o MAD (Mutual Assurance Destruction, na sua tradução para português Destruição Mutua Assegurada). Este dois países tinham mais poder nuclear cada um deles, do aquele que era necessário para destruir completamente o planeta e foi tal facto, e consciência mútua do poder do outro, que evitou por mais do que uma vez o conflito aberto e directo. Entretanto o mundo vivia, e talvez ainda viva, em clima de terror permanente, dependendo do bom censo e consciência do poder de destruição que os países nuclearmente armados têm que ter.

O Século XXI dispensa qualquer tipo de relato descritivo sobre o que foi, ou é o fenómeno terrorista. Não me parece justificado estar a descrever acontecimentos terroristas no Século XXI, uma vez que todos sabemos como, quando e onde aconteceram. O que me parece lógico, e de útil de referir, até como conclusão é a seguinte questão: quem está a ganhar a guerra contra o terrorismo, os terroristas ou os contra terroristas? Do meu ponto de vista os terroristas levam claramente a vantagem, até porque: não têm necessidade de novos ataques sanguinários frequentemente para marcarem posição, serve perfeitamente fazer ameaças, mesmo sem as concretizar. Os terroristas têm no “bluff” um aliado fortíssimo, basta um comunicado, uma suposta tentativa, um aviso e o mundo pára com medo, com terror de novo atentado. Hoje o mundo vive em constante terror de um atentado, de cartas bomba, de qualquer ameaça que foi feita mais do que uma vez, mas que nunca foi concretizada. Paralisam-se aeroportos ou cidades perante a mais pequena suspeita de atentado, e isto é um sinal fortíssimo de que por mais tanques, porta-aviões, armamento super moderno e soldados que tenhamos, o terrorismo está a ganhar esta guerra em pleno Século XXI, como acontece desde os primórdios da civilização.

Por: Rui Pedro Melo, licenciado em Relações Internacionais

Da Weasel: Melhor Banda Portuguesa da MTV




01 novembro 2007

Ainda sobre o Dia de Todos os Santos

JN: Os católicos de hoje sentem o Dia dos Mortos?


Ora aqui está..o que interessa é a esmola. Ajuda a purificar a alma dos que partiram...
Ao meu avó ajudei-o muito em vivo que foi quando ele precisou mais de mim. Agora rezo-lhe, quando passo pelo cemitério. Não é necessário o Dia de Todos os Santos para fazê-lo, muito menos esmolas...

JN: É uma estratégia nova para contornar fenómenos emergentes como a cremação?


JN: A morte aproxima as pessoas da religião...


Aqui devo concordar com as palavras proferidas. As pessoas ligam-se mais à religião em momentos de desespero, como a morte. Solicitam a ajuda divina e agarram-se à religião como uma forma mais conformista de encarar o sofrimento e a perda de alguém próximo.

Hoje é Dia de Todos os Santos

Para quem não conhece Vila da Aves no dia de hoje, seria cómico passarem por cá pela manhã e assitirem à missa que se realiza no cemitério local.
Apenas a partir do ano 2000 (ano que faleceu o meu avó materno) que eu comecei a ir à missa do Dia de Todos os Santos, antes nunca eu lá tinha ido. Nos dois últimos anos como não estava cá não me foi possível ir. Este ano lá estive outra vez e vi mais do mesmo. É mais confortável ir à missa à igreja, sentadinha e sossegadinha, ao invés de estar ali no cemitério uma imensidão de tempo ao sol ou à chuva. Temos um cemitério grande e bastante povoado por este dia. São inúmeras as pessoas de toda a vila e arredores que lá se deslocam para ir assistir à missa, pessoas de todos os estratos e classes sociais. Mas neste dia quase que se tornam indistinguíveis.

Em Vila das Aves, na missa de Todos os Santos parece-me que estamos perante um desfile de moda. As pessoas chegam ao cúmulo de comprarem roupa para este dia, irem ao cabeleireiro na véspera só para irem todas arranjadas para a missa de Todos os Santos. Não vejo qual é a diferença desta missa para aquela que se realiza todas as semanas na igreja, mas pronto. É certo, que os indivíduos se vestem consoante o contexto no qual vão estar inseridos, mas o que se passa no Dia de Todos os Santos é de extremo exagero. As mulheres todas dondocas, com a último casaco e saia da moda, maquilhagem em excesso que com um sopro lá se ía o pó todo da cara, outras não tanto assim mas não menos clássicas. As jovens de mini-saia e/ou decotes pensando que vão para ali para atraír os moços (o me primo, gajo compremetido lá foi deitando o olho a algumas). Os homens de fatinho e gravata é uma constante. Até os mocinhos da minha idade deixam de lado a calcinha de ganga e lá vão de fatinho de cerimónia.
A minha mãe ainda me dizia "Então, tu vais para o cemitério assistir à missa ou para ver como as pessoas vão vestidas?" Eu respondia: as duas coisas. Isto não é sinal de coscuvilhice, é sim aquilo que nós sociólogos chamamos "olhar sociológico". Uma análise e nada mais! Dizem que os sociólogos são os cuscos da sociedade, como queiram...
O luxo reveste-se não só na roupa como nas sepulturas. Rios de dinheiro se gastam na ordenamentação das campas, flores de todas as cores e tipos, arranjos luxuosos ao preço de ouro. Para a ostentação há sempre dinheiro, depois para as necessidades básicas nada de "guito".

Viva o luxo ostentado em Vila das Aves. Há dinheiro para roupas, cabeleireiro, sepulturas luxuosas e para comprar uma velinha para iluminar as almas dos falecidos não há. Pior, contribuir com uma moedinha para a Liga Portuguesa Contra o Cancro com pessoas junto às portas dos cemitérios também parece ninguém se mostrar disposto. As causas sociais não interessam, ajudar os doentes não interessa. O que interessa é a ostentação e luxo no cemitério, interessa é gastar dinheiro com a aparência visual. Já para não falar no dinheiro que as pessoas dão no ofertório da missa, que faziam muito mais jeito aos pobres e doentes do que à Igreja Católica. Hoje a minha avó quase ficou doente quando reparou que a menina do cesto passou sem ela ver e ela não pode amavelmente deixar o seu contributo. A minha tia disse-lhe: "Deixe lá, você em vez de dar dinheiro ao padre dê aos seus netos que eles precisam." A minha avó começou logo a resmungar. Enfim... Quando fiz anos nada me deu dizendo "Não tenho trocado para te dar" (trocado???). A mim não, mas para a Igreja tem.
Já para não falar nas lágrimas, que quase criam um lago, de muitas pessoas que para lá vão chorar. Caricato é saber que em vivos ninguém lhes dava o devido valor, agora depois de mortos há quem por eles chore lágrimas. Haja paciência...

Este ano não fui para lá fazer a minha análise sociológica do costume. Não me encontro no estado anímico mais propício para tal. Mas deu para perceber que a mesmice continua.
Devem estar a questionar: e tu Helena como foste vestida? Pois é, fui numa de "meter nojo". Calça de ganga elástica com botas por cima das calças, até ao joelho. Se o Sr. Melo (pai de um amigo meu) me tivesse visto dizia: "Ó menina, só te falta o chicote e o cavalo." Fui com o que me apeteceu vestir na altura. A minha tia quando me viu até me olhou de cima a baixo como quem diz: "Vais assim vestida?" Como ela certamente muita gente. Fui à missa pela alma do meu avó e não para uma cerimónia de gala ou um desfile...

O Socióloga Avense na Imprensa Local

Pegando nas palavras do nosso presidente, João Freitas, o futebol não está a atrair os jovens. E aqui nas Aves isso é uma realidade assente. Vou ao estádio assiduamente desde os meus 12 anos de idade e sempre assisti a esta triste realidade. Ainda hoje é o dia que vou ao estádio e quase que podia contar pelos dedos o número de jovens que vejo à minha volta. (...)
A gestão do futebol devia ser repensada de modo a atraír mais público aos estádios.

A edição desta quinzena do EntreMargens publica este excerto de um post por mim aqui publicado.
Ao EntreMargens o meu muito obrigada pela referência.

Arquivo do blogue