12 outubro 2008

Crise: onde nos levas?


A crise económica de que Portugal tem sido vítima tem levado não só ao endividamento de muitas famílias como, e isto é muito preocupante, tem levado a que muitos indivíduos obtenham o que necessitam e o que querem através de meios ilegítimos. Senão vejamos: vivemos cada vez mais numa sociedade consumista e supérfula. No entanto, os bens mais caros e luxuosos só estão ao alcance de classes sociais mais abastadas o que leva a que as classes mais desfavorecidas não conseguiam adquirir esses bens levando-as, por consequência, a procurar de forma ilegítima alcançar aquilo que não conseguem através dos meios legítimos. A classe média é já quase inexistente levando a que estejamos cada vez mais perante um grande fosso entre ricos e pobres. Assim, e já nos dizia Merton que, quando as expectativas culturalmente legítimas não são satisfeitas, as pessoas tendem a enveredar pelo desvio.

No texto supracitado, deparamo-nos com mulheres que não tendo rendimentos suficientes para sustentar a sua família, vêm a prostituição como a forma mais rápida e acessível de ganharem dinheiro. Muitas vezes, sem as mínimas condições de saúde e higiene, estas mulheres vêem-se vítimas de uma actividade que nem sempre lhes agrada, com único objectivo de ganharem mais uns trocos para a sustentação do seio familiar.
Mas os efeitos da crise não se ficam só por aqui. São muitos mais os meios ilegítimos que os indivíduos tendem a recorrer para alcançarem os seus fins: o já tão badalado carjacking (e não o carjaquim dos Gato Fedorento!), o bando dos restaurantes, o gang das perucas com assaltos a bancos, as golpadas, a violência, os crimes violentos...
E quando isto acontece, quando a adaptação dos indivíduos geram comportamentos desviantes, a sociedade tende para a desorganização social. E com desorganização social torna-se mais difícil superar a crise.

Entretanto, a crise intensifica-se em Portugal. A crise começa a afectar preocupantemente a Europa. Agora fala-se em crise nos Estados Unidos da América que pode ter influência na Europa, nomeadamente em Portugal.
Ó crise, onde nos levarás?

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