Muito se tem feito nos últimos tempos para que as pessoas se previnam contra o uso de drogas. Mas também muito se tem feito, legal ou ilegalmente, para que elas sejam usadas. O resultado final é que as pessoas estão a consumir drogas cada vez mais.
A polémica em torno da distribuição de seringas nos estabelecimentos prisionais tem vindo a preencher os dircursos da actualidade. No meu ponto de vista, e indo ao encontro da frase supracitada, é um modo de fazer com que se consumam mais substâncias ilícitas tornando a toxicodependência cada vez mais num grave problema social que urge combater. Esta ideia, juntamente com a ideia da criação de salas de injecção assistida deixa-me indignada, são soluções que não me passam como viáveis e as quais me deixam, todavia, indignada. Não consigo encontrar uma explicação plausível para estas medidas.
Como eu já havia dito acerca deste assunto das "salas de chuto" , tanto uma medida como outra só estão a legitimar o consumo das drogas dando aos toxicodependentes as condições para que o façam, quando a solução deveria passar pela reabilitação dos toxicodependentes actuais e uma aposta intensiva em programas de prevenção para que se impeça o aparecimento de toxicodependentes futuros.
Este é um assunto que também suscitou o interesse de Pedro Morgado, onde no seu blog Avenida Central eu dei a minha resumida opinião acerca deste assunto do consumo de drogas nas prisões, assim como no que concerne à distribuição de seringas nestes estabelecimentos. Muito teria eu para falar do assunto, contudo, opto por deixar-vos aqui essa minha pequena análise crítica:
«Antes de mais deixa-me completar a tua ideia em que consideras a toxicodependência uma doença. O toxicodependente é um doente bio-psico-social. Por isso, antes da toxicodependência degradar o indivíduo biologicamente, já o foro psicológico e, sobretudo, social haviam entrado em acção. A toxicodependência é, sobretudo, uma doença comportamental.
Depois, devo dizer que há muitas formas de combater a toxicodependência sem que sejam necessárias a distribuiçao de seringas em meio prisional e a criação de salas de injecção assistida, as quais tenho muitas dúvidas acerca da sua plena eficácia. Eu sou muito apologista da opinião de que a principal arma tem de se centrar na prevenção e não na legitimação e legalização do consumo, mesmo que por meios "saudáveis", se assim podem ser apelidados.
Muito podia eu falar teoricamente das minhas ideias acerca de prevenção e combate à toxicodependência, que tem vindo a tornar-se num autêntico flagelo social. Contudo,prefiro falar de uma prática muito eficaz, digna e louvável de combate e tratamento à toxicodependência que ocorre nos estabelecimentos prisionais de Braga e Guimarães. O Projecto Homem (instituição de reabilitação de toxicodependentes em Braga, instituição na qual com muito gosto fiz o meu estágio curricular) tem técnicos que fazem um igual trabalho com grupos de auto-ajuda nessas mesmas cadeias com vista a ajudá-los a libertarem-se do mundo das drogas. Muitos deles chegam mesmo a sairem da cadeia, ingressando no Projecto Homem com o intuto de levarem a cabo o programa terapêutico da instituição e se libertarem da dependência de estupefacientes. Conheci mesmo um caso muito próximo de um utente com quem trabalhei que estava preso por tráfico de drogas, e também consumia. Com a ajuda dos técnicos da cadeia que também são terapeutas no Projecto Homem foi incentivado a ir para lá fazer o programa de recuperação. Ou seja, saiu da cadeia com o objectivo de fazer o programa até ao fim. Se o fizer, a partir do momento em que receber a alta terapêutica é um homem livre, ilibado da pena. Se não fizer o programa, por desistência ou até expulsão do programa, volta à cadeia e cumpre a pena.Não acham que isto é um meio mais eficaz e digno de combate à toxicodependência? Incentivá-los a tratrarem-se libertando-se das drogas, do que ao invés dar-lhes seringas para que eles possam continuar a consumir?»
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