17 fevereiro 2008

Desemprego: uma catástrofe em Santo Tirso

Ponto assente Santo Tirso está deprimido. O drama é transversal a todo o Vale do Ave, mas uma taxa de desemprego de cerca de 16% - o dobro da média nacional, que foi, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, de 8% em 2007 - põe o concelho no topo dos números mais negros: uma em cada seis pessoas não tem trabalho. A sangria gerada pela decadência de uma mono-indústria têxtil explicará parte de um flagelo com dupla face: se, por um lado, a região é fértil em mão-de-obra desqualificada, os jovens licenciados também não encontram emprego qualificado. Consequências da ausência de políticas locais que facilitem a fixação de empresas, acusam os partidos da Oposição. E não só. PSD e PCP são unânimes em considerar que faltam apoios governamentais às pequenas empresas que a autarquia, liderada pelo socialista Castro Fernandes, não tem sabido reivindicar junto do poder central.
"O combate ao desemprego faz-se muito nos municípios, quem oferecer melhores condições terá mais possibilidades de atrair investimento", considera o líder da concelhia "laranja", Alírio Canceles, que denuncia a "ausência de políticas fiscais" camarárias de incentivo. O autarca responde que a Taxa Municipal de Urbanização "pode ser reduzida até 50% para a criação de empreendimentos empresariais".
"Santo Tirso tem de saber aproveitar a sua localização estratégica para atrair investimentos e gerar intercâmbio económico entre o Vale do Ave e a Área Metropolitana do Porto", acrescenta o comunista Jaime Toga.
Dos mais de cinco mil tirsenses desempregados, quase três mil têm apenas o 4.º ano do Ensino Básico. Com a aposta feita em formação e salários baixos, uma indústria têxtil desfasada da competitividade de um mercado globalizado tem engordado as estatísticas.
A "Pinheiro da Rocha" é o exemplo mais fresco da devastação que começou nos anos 90 do século passado. A empresa familiar deixou 150 sem emprego em Janeiro. A JMA, que deslocalizou a produção para a Índia e o Paquistão, prossegue com redução de operários. Só em 2007 saíram cerca de 400.
Ainda assim, Castro Fernandes diz-se "optimista". Acredita que a situação é "ultrapassável" e garante que tem promessas de "novos investimentos" por parte do Governo.

[Jornal de Notícias]

4 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Notícia desagradável! :(

Anónimo disse...

Isto ao fim de 26 anos de governação socialista...

Alice Ribeiro disse...

Do site do PSD (forum) retirei este comentário que partilho com os demais:

"O QUE DIZ CASTRO FERNANDES!
“Ainda assim, Castro Fernandes diz-se "optimista". Acredita que a situação é "ultrapassável" e garante que tem promessas de "novos investimentos" por parte do Governo”
Em Agosto de 2007, já Castro Fernandes enquanto Presidente da AMAVE numa entrevista ao jornal “o público”, dizia o seguinte “…há cerca de um ano fomos falar com o Ministro do Trabalho, pedindo-lhe medidas claras para ultrapassar o problema do desemprego. Foi criado um grupo de trabalho e a última coisa que me disseram é que em Outubro aparecerão novidades”
Na mesma entrevista: o público lançou a Castro Fernandes a seguinte questão “Quantos PIN existem no Vale do Ave” a que este respondeu “Que eu saiba nenhum”
Na verdade, nos últimos 3 anos de governação socialista, não foi promovida qualquer medida para controlar o desemprego que se vem agravando no Vale do Ave, onde a taxa média se situa nos 12%. No concelho de Santo Tirso a taxa de desemprego atingiu já os 16,2%, situação insustentável, que o Jornal de Noticias classifica de “catástrofe”.
No entanto, e ainda durante o governo do Drº Durão Barroso, foram lançados dois programas (PROPEP -Programa de Promoção do Emprego no Distrito do Porto e PIAVE -Plano de Intervenção para o Vale do Ave), tendo Santo Tirso beneficiado de ambos. Terminado o período de vigência, foi o deserto completo.
Teve ainda este Governo o “mérito” de fazer sair uma nova lei, onde se alargaram os prazos de garantia (número de dias de descontos) que passou para 450 dias, para aceder ao subsidio de desemprego e onde também se encurtou a sua duração, não tendo estas medidas sido acompanhas de politicas activas de promoção do emprego. Mas o mais “estranho”, é que foi no governo de Durão Barroso, que revelando uma enorme sensibilidade social, os prazos de garantia foram encurtados para 270 dias.
Aquando da visita dos deputados do PSD a Santo Tirso (07-01-2008), considerou-se que a situação em Santo Tirso tinha já atingido o nível de “calamidade social”. Nessa altura, o Senhor Presidente da Câmara ficou muito indignado e acusou o deputado Agostinho Branquinho e são conhecer a realidade de Santo Tirso. Estranhamente e apenas alguns dias depois, o JN veio corroborar aquilo que tinha sido dito pelo PSD, e a única coisa que o Srº Presidente disse é que “..estava optimista”
Castro Fernandes, como já habitual, e pensando que as pessoas estão distraídas, em apenas alguns dias consegue produzir afirmações complemente contraditórias. São claros os sinais de perturbação que evidencia o Srº Presidente da Câmara, que por razões de subserviência e sobrevivência política ao longo destes 3 anos foi um agente passivo, enquanto a taxa de desemprego disparava para números assustadores.
Todos percebemos que Santo Tirso está a pagar a factura do apoio incondicional de Castro Fernandes ao Engº Sócrates, ao governo e às suas politicas, no que respeita ao nosso concelho, á sua ausência. Está Castro Fernandes mais interessado em defender o governo com quem recentemente se passeou em Santo Tirso, quando o Engº Sócrates reuniu a sua equipa para fazer alguns anúncios para outros concelhos. Santo Tirso, mais uma vez apenas serviu de “palco” ao Primeiro-Ministro e ao Engº Castro Fernandes, mas apenas isso.
Santo Tirso caminha a passos largos para uma implosão social. Os sinais de pobreza são cada mais evidentes. A coesão social está fortemente ameaçada. São já evidentes os sinais de insegurança bem como o aumento da criminalidade.
Castro Fernandes continua com a sua politica de Show Off, anunciando projectos e mais projectos, tendo imitado o Engº Sócrates, ao anunciar a criação de 1000 novos empregos em Santo Tirso, utilizando abusivamente nomes de empresas como a CASFIL e a NEOPLASTICA, referindo que cada uma destas criaria 300 novos postos de trabalho. Na verdade, não foram criados os 600 postos de trabalho anunciados por Castro Fernandes e durante o ano de 2007 perderem-se mais de 1.000 empregos.
É bom que Castro Fernandes esclareça, quantos postos de trabalho efectivamente foram criados pelas empresas que referiu.
Castro Fernandes e o Governo socialista esqueceram o concelho de santo Tirso. As populações exigem explicações públicas."

BEJA TRINDADE disse...

A região do Vale do Ave, continua a ser uma região de forte incidência do desemprego pelas falências em catadupa da indústria têxtil, com tendências a agravar-se, sem que nada até ao momento, seja feito pelo governo.

Segundo as estatísticas, só no concelho de Santo Tirso há cerca de 10.000 desempregados, não contando com os que procuram o primeiro emprego.

Os trabalhadores vítimas desta situação estão entregues à sua sorte.

Não vimos até ao momento qualquer medida do governo, capaz de pelo menos, atenuar esta situação desesperada dos trabalhadores desempregados e dos que procuram emprego.

Vemos uma televisão dominada pelo governo PS, onde dia a dia José Sócrates anuncia fuguetórios de vista, com frases como “momento histórico, nada será como antes, estamos no bom caminho etc, etc.”, na boca do governo tudo é êxito, tudo é sucesso, a verdade é que tudo fica pela propaganda, não chega qualquer medida concreta ao Vale do Ave, capaz de alterar esta dramática situação.

No que respeita ao concelho de Santo Tirso, a Câmara Municipal / PS movimenta-se como nada de grave esteja a acontecer, continua a promover iniciativas de lana-caprina, de pão e circo, demonstrando uma falta de sensibilidade social confrangedora.

Não há apenas uma opção para exercer o poder de uma Câmara Municipal, há várias formas de exercer o poder, tudo depende da sensibilidade do seu executivo, infelizmente estamos com um executivo, que avaliar pelos resultados eleitorais o povo votou, mas, na verdade, estes senhores em nada se identificam com os anseios da maioria da população, tendo em conta que estamos num concelho de gente trabalhadora humilde e honrada, verifica-se haver aqui um paradoxo com o poder camarário, que é arrogante e sem um mínimo de preocupação social, vivem na opulência, no luxo e estão-se marimbando para quem está desempregado ou à procura de emprego.

Em Santo Tirso pratica-se uma política com objectivos de manutenção do poder pelo poder, as populações, por assim dizer, vivem numa lógica do salve-se quem poder.

Prometeu Castro Fernandes em campanha eleitoral em 2005 a “ Criação de um parque tecnológico e incubadora de empresas de base tecnológica na antiga fábrica do Teles, que atraía investimentos e criação de empregos para o concelho”, até à data de hoje, nada.


Os trabalhadores desempregados do concelho de Santo Tirso, têm sido, esquecidos por aqueles que tinham obrigação de se solidarizar com eles, promovendo iniciativas com a finalidade de criação de postos de trabalho, como já por várias vezes aqui sugerimos, a criação por exemplo, na Vila das Aves de um verdadeiro Parque Industrial com incentivos fiscais, devidamente infra estruturado capaz de atrair indústrias e serviços, pelo que se vê, tudo parece esperar por D. Sebastião numa manhã de nevoeiro, contudo continua-se a esbanjar dinheiro sem conta nem medida, em obras e iniciativas de cariz duvidoso.

Numa lógica prioritária, enquanto que noutros concelhos se constrói parques industriais com a urgente finalidade de criar postos de trabalho dado o momento que atravessamos, no concelho de Santo Tirso constrói-se parques de laser e outras obras espampanantes de encher o olho.

O PSD concelhio apareceu agora como quem descobriu a pólvora alarmado com o desemprego em Santo Tirso, e no Vale do Ave em geral, chamando -lhe até ,"Calamidade Social" numa tentativa de sacudir a água do capote na responsabilidade que também teve pela actual situação, nos seus governos de Durão Barroso e Santana Lopes.

Quando o governo agrava e não é capaz de resolver as questões económicas e sociais, parece estarmos de volta aos tempos em que o descontentamento e o protesto do povo, é combatido por intimidações ou à bastonada da polícia, mas, em democracia o povo tem sempre a última palavra.

É preciso, é urgente mudar de rumo, mudar de políticas!

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