É nos hospitais públicos que a pobreza deixa de ser secreta e se repetem casos de grande sofrimento humano: doentes sem dinheiro para medicamentos a viver isoladamente com deficiências alimentares e sem alcançarem uma consulta é frequente e deixa-nos perplexos. Podemos dizer que a igualdade perante a saúde é uma meta que foge à nossa frente.
João Varandas Oliveira, Director do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de Lisboa/Hospital de S. José
4 comentários:
Como vê o senhor Varandas Oliveira, põe o dedo na ferida.
Pergunto:
Ficou sensibilizada?
E então, que me diz das mulheres pobres pagar as taxas moderadoras (como defende) quando por razões económicas, recorrem à interrupção da gravidez?
Quando recorremos aos serviços de saúde é lógico que os paguemos pois nada se pode fazer de graça. Agora penso que o pagamento dessas taxas deviam ter em conta um menor preço para as camadas da população mais desfavorecidas economicamente.
Um serviço como a interrupção da gravidez tem mais lógica ser pago que qualquer outro. Como eu já havia dito, há serviços de saúde urgentes para os quais pagamos preços exorbitantes, sobretudo apresentam encargos quase impossíveis para famílias economicamente carentes. Se por tal são pagos, ao aborto parece-me que o devia ser, mais depressa do que qualquer outro. Com a quantidade de abortos que serão feitos neste país, aumentarão sem dúvida os encargos para o Estado, dinheiro esse que poderia ser usado para outros serviços de saúde mais necessários sobretudo para quem mais precisa deles e menos os pode pagar.
Cumprimentos
Peço desculpa, mas não concordo de forma alguma quando me diz que os "serviços de saúde é lógico que os paguemos", então não são já pagos pelos nossos impostos?
Também não entendo o porquê, "um serviço como a interrupção da gravidez tem mais lógica ser pago que qualquer outro", para mim a leitura que faço, é que, só entendo isso como uma retaliação para quem recorre à IVG.
Se os encargos para o Estado com a IVG a preocupam, então veja que há a montante muitíssimo mais razões para se preocupar com dinheiros , esses sim mal gastos, dou-lhe apenas alguns exemplos: Futebois, submarinos, estádios etc,etc.
O pior é que de gratuito o serviço público nada ou pouco tem...(ainda mais comparando com as míseras reformas dos nossos idosos, que um dia destes seremos nós)...Pagamos e bem, para um serviço qualitativamente nulo...
O pior é que se a iniciativa não parte de cima, deveria partir de baixo, de quem gere diariamente os hospitais e os centros de saúde...
Mas não...Porque quem entra no jogo, conhece logo as regras e se quer alterá-las é silenciado...
heidi
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