21 outubro 2007

Estádios de futebol vazios: uma triste realidade

A falta de público é uma realidade. Actualmente o futebol não está a conseguir atraír os jovens. Hoje em dia, existe cada vez mais um conjunto de fontes de entretenimento e que até são mais cómodas.

João Freitas, Presidente do Desportivo das Aves, em entrevista ao EntreMargens

Porque é que lá fora, com transmissão televisiva ou não, os estádios estão cheios e em Portugal não? As razões são várias: nuns casos, os estádios estão desajustados em relação aos clubes. O estádio do Braga, que é um dos mais bonitos estádios do mundo e certamente o mais bonito de Portugal, é enorme para um clube assim. Depois, há muitos clubes que ainda não conseguiram dar o salto para clubes nacionais, mesmo os que se aproximam disso. E também não são verdadeiramente clubes locais, porque isso imporia uma ligação às comunidades a que pertencem que também não existe. Logo, é preciso dar o salto. E esse salto implica grande visão, grandes estratégias, grandes lideranças. Que faltam, é claro.

Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista a O Jogo de 20 de Outubro de 2007

No que respeita ao estádio do Desportivo das Aves isso ocorre muitas vezes: pouco público no estádio. Sobretudo esta época isso notasse vincadamente. A época passada estavamos longe de ser o clube com menos adeptos no estádio. Em jogos com o Sporting, Porto e Benfica o estádio encheu mas infelizmente por adeptos que não vinham apoiar o Aves. Contudo, poder-se-á afirmar que noutros jogos tivemos boas assitências, mais que muitos clubes de tradição na I Liga. Todavia, é de lamentar que esta época com a descida, e certamente com as más exibições da equipa, o número de adeptos deixa muito a desejar.
Pegando nas palavras do nosso presidente, João Freitas, o futebol não está a atrair os jovens. E aqui nas Aves isso é uma realidade assente. Vou ao estádio assiduamente desde os meus 12 anos de idade e sempre assisti a esta triste realidade. Ainda hoje é o dia que vou ao estádio e quase que podia contar pelos dedos o número de jovens que vejo à minha volta. Deparo-me sobretudo com pessoas da idade dos meus pais, da idade dos meus avós. E lá está a Helena no meio dos "cotas".
E quem diz falta de jovens, diz falta de público feminino. Mais uma vez quase conseguiria contar pelos dedos o número de mulheres que vão estádio. Raramente me lembro de ver alguma mulher sentada a meu lado, olho à minha volta e só vejo homens.

A gestão do futebol devia ser repensada de modo a atraír mais público aos estádios, nomedamente mais jovens e mais mulheres. Por um lado, pelas razões que o Professor Marcelo enumera, por outro, eu acrescentaria: preços de bilhetes demasiado caros tendo em vista o poder de compra da maioria dos portugueses; o espectáculo de futebol muitas vezes estragado pelos constantes erros da arbitragem; a mentalidade podre dos adeptos portugueses qua vão muitas vezes ao estádio mais para insultar a equipa adversária do que para apoiar e incentivar a sua própria equipa; os dirigentes portugueses sempre envolvidos em corrupções logo propiciam uma má gestão de futebol, e mais uma vez a mentalidade do povo português que legitima essa mesma corrupção com vista a alcançar os objectivos de forma imediata.

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