25 setembro 2007

Desigualdade e pobreza

Em Portugal, como se disse, estatística após estatística, confirma-se o aumento da desigualdade. A estagnação económica e o desemprego trouxeram uma outra consequência a subida da população em situação de pobreza. Não sei se serão os 20% que a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) estima. Admito que tal dependa dos critérios usados e que estes sejam discutíveis. Mas sei que, quando se analisa quem caiu nessa condição (a sua origem, o contexto familiar, a falta de qualificações ou a idade), percebe-se que dificilmente dela pode sair sem uma atenção política sistemática. Para aqueles em idade activa, políticas redistributivas que não assentem num propósito de (re)inserção produzem, à partida, efeitos contraproducentes, desincentivando o emprego. Porém, quando a pobreza e a exclusão atingem a actual dimensão e a população alvo tem aquelas características, impõe-se a pergunta: até onde se pode ir no processo de reinserção e de políticas activas de emprego? Essas políticas bastam (não se esqueça, por exemplo, a larga fatia de idosos, já sem idade para trabalhar).


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