11 novembro 2007

[...]

Pois que nada dure, ou que, durando,
Valha, neste confuso mundo obramos,
E o mesmo útil para nós perdermos
Connosco, cedo, cedo,

O prazer do momento anteponhamos
À absurda cura do futuro, cuja
Certeza única é o mal presente
Com que o seu bem compramos

Amanhã não existe. Meu somente
É o momento, eu só quem existe
Neste instante, que pode ser o derradeiro
Ser de quem finjo ser?

Fernando Pessoa (Ricardo Reis 16/03/1933)

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