O número de atropelamentos em Portugal regista um número deveras significativo. De quem é a maior culpa: condutores ou peões? Eu diria de ambos. Embora eu seja mioritariamnente peão, também sou condutora e assisto a graves erros de conduta cívica e mesmo desleixo por parte das pessoas na estrada. Denoto que, de facto, os peões não são muito respeitados nas estradas por parte dos condutores, excesso de velocidade por parte dos condutores e mesmo falta de civismo leva a muitos atropelamentos nas nossas estradas. Por seu turno, os condutores também têm as suas óbvias razões de queixa. Os peões por vezes acham-se os "donos" da estrada e atiram-se inadvertidamente para a frente dos carros não tendo os condutotes hipótese de abrandar atempadamente a velocidade do veículo.
Falta civismo na estrada aos portugueses e é necessária uma aposta forte na sua formação cívica. Porque não apostar na Educação Cívica nas escolas? Sei que há poucos anos foi implementado no 2º e 3º Ciclo a disciplina de Formação Cívica, desconheço o seu conteúdo temático mas espero que tenha incidência nesta área.
Porque não nas Aulas de Código (quando tiramos a carta) apostar mais na educação cívica? O manual deveria incluir este tema e ter uma forte incidência por parte dos instrutores. Mas como é óbvio tal terá de partir da Direcção Geral de Viação.
O que muitas vezes acontece é que os portugueses são legitimadores do erro. Em vez de verem no mesmo uma forma de mudar de atitude, de alterar comportamentos na estrada continuam a legitimá-los.
Veja-se um caso que me foi contado pela minha mãe há algum tempo. Estava ela no talho e à sua frente estava um agente da GNR que não pagou nada do que levou. A minha mãe disse em tom de brincadeira à dona do talho "Hoje não se paga nada? Também levo tudo sem pagar?" A senhora do talho respondeu-me "Sabe como é, nós andamos na estrada e não sabemos se precisaremos deles.." Ou seja, se cometer erros prejudicias na estrada e levar com uma multazinha, "no problem", o agente da GNR safa a multa porque levou a carne toda de graça!
O mesmo sucede com a minha tia que às vezes traz umas coisitas sem pagar. Porque será? - O meu tio é agente da PSP em Santo Tirso! Já há alguns anos que o meu tio não é polícia de rua mas quando o era também aparecia muitas vezes a casa com uns presuntos e umas garrafinhas de wisky. Que maravilha!
É este o comportamento que tem de ser alterado. Não é andar aí a cometer erros graves na estrada pondo em risco a sua vida e a dos outros e depois tudo se resolve com uma oferenda. Não pode ser... É essencial apostar na prevenção apostando na educação cívica nas estradas.
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