Hoje em dia quando se fala em "terrorismo" todos nos lembramos de Árabes, Muçulmanos, "Burcas", Iraque, Afeganistão, “Bin Laden” e outras coisas mais que nos entraram pela casa dentro durante dias e dias a fio quando aconteceram os atentados terroristas de dia 11 de Setembro de 2001. Terroristas, hoje em dia, são para toda a gente os Muçulmanos e os Árabes, aqueles “fanáticos religiosos” que lêem o "Corão" e não comem carne de porco. Neste Século todos sabem, até as crianças, quem é Bin Laden ou a "Al Qaeda", e imediatamente associamos estes nomes a terrorismo. Aqui bem perto há uma outra "força terrorista" a que a Europa já se habituou a ouvir falar, e a temer, a "ETA" que usa o "terrorismo" como forma de lutar pela independência de um território que está sob a autoridade estatal de Espanha e França. A "ETA" coloca inúmeras bombas, mata e fere muita gente, é muito conhecida e temida na Europa, porém, quem conseguiu alcançar a fama mundial foi a "Al Qaeda", e o seu líder Bin Laden.
Mas pensemos, usemos a nossa memória para rever os acontecimentos históricos em cerca de 4000 anos de História da Humanidade: será que os terrorismos nascem pelas mãos da “ETA”, pelas mãos da “Al Qaeda” ou pelas mãos das organizações que lutam desde a segunda metade do Século XX pela liberdade, autonomia e independência da Palestina? Não me parece que nenhuma destas respostas esteja certa porque os terrorismos nascem muito antes com o nascimento das sociedades humanas organizadas. Ou será que estas mesmas sociedades organizadas nascem devido a um acontecimento terrorista?
Não faz sentido para a "alma" deste texto esclarecer aqui e agora de que forma nascem as sociedades organizadas que, mais tarde em “Westfália”, durante o Século XVII, dão origem aos "Estados" modernos que conhecemos hoje. Há um grande número de teorias para explicar o nascimento das sociedades organizadas de Homens, umas delas não é mais do que puro e simplesmente "terrorismo, à moda de alguns Séculos A/C, sem "homens bomba" ou ataques a torres. Esta teoria afirma que as primeiras sociedades humanas foram criadas quando grupos de "odes guerreiras" se instalaram próximos de "povoados de camponeses pacíficos". Estes últimos foram subjugados pela força das armas e, fundamentalmente, pelo medo.
Alguns Séculos mais tarde, aquando das conquistas Romanas na Europa, o que podemos chamar aos próprios Romanos que usavam o seu imenso exército, as "Legiões", para controlar todas e quaisquer populações que habitassem os territórios que estes pretendiam. Da mesma época podemos também pensar no inverso, ou seja, o que considerariam os Romanos, do alto da sua "civilização", que consideravam superior a todas as outras, dos ataques de que eram alvo por parte dos povos conquistados. Também os Romanos viviam com a preocupação constante de serem atacados pelos povos "bárbaros" que emboscavam, assaltavam e violentavam os cidadãos e as cidades Romanas.
Apesar de ainda hoje serem considerados, e considerarem-se como os defensores e difundidores da moral e bons costumes, também os católicos, neste particular a Santa Sé, através da "Inquisição" usou e abusou do terrorismo, senão vejamos: o que podemos chamar à carnificina e ao clima de terror levado a cabo pela Igreja Católica na "Idade Média", quando alegadamente pretendia solucionar o problema dos hereges, e que culminou com milhares de mortes na fogueira, sentenças de morte passadas pelo Tribunal do Santo Ofício a pretexto de heresia e práticas de bruxaria ou pactos com o demónio? As acusações eram simples e as penas executadas de forma rápida, sem qualquer tipo de prova ou certeza, mais ou menos absoluta, (na maioria dos casos) de que os factos de que as pessoas eram acusadas tinham algum fundo de verdade. A Europa vivia num clima de terror profundo e permanente durante anos a fio as pessoas sentiam que podiam ser acusadas, mesmo injustamente, julgadas e mortas numa questão de dias. O que podemos chamar a isto que não Terrorismo?!
Não faz sentido para a "alma" deste texto esclarecer aqui e agora de que forma nascem as sociedades organizadas que, mais tarde em “Westfália”, durante o Século XVII, dão origem aos "Estados" modernos que conhecemos hoje. Há um grande número de teorias para explicar o nascimento das sociedades organizadas de Homens, umas delas não é mais do que puro e simplesmente "terrorismo, à moda de alguns Séculos A/C, sem "homens bomba" ou ataques a torres. Esta teoria afirma que as primeiras sociedades humanas foram criadas quando grupos de "odes guerreiras" se instalaram próximos de "povoados de camponeses pacíficos". Estes últimos foram subjugados pela força das armas e, fundamentalmente, pelo medo.
Alguns Séculos mais tarde, aquando das conquistas Romanas na Europa, o que podemos chamar aos próprios Romanos que usavam o seu imenso exército, as "Legiões", para controlar todas e quaisquer populações que habitassem os territórios que estes pretendiam. Da mesma época podemos também pensar no inverso, ou seja, o que considerariam os Romanos, do alto da sua "civilização", que consideravam superior a todas as outras, dos ataques de que eram alvo por parte dos povos conquistados. Também os Romanos viviam com a preocupação constante de serem atacados pelos povos "bárbaros" que emboscavam, assaltavam e violentavam os cidadãos e as cidades Romanas.
Apesar de ainda hoje serem considerados, e considerarem-se como os defensores e difundidores da moral e bons costumes, também os católicos, neste particular a Santa Sé, através da "Inquisição" usou e abusou do terrorismo, senão vejamos: o que podemos chamar à carnificina e ao clima de terror levado a cabo pela Igreja Católica na "Idade Média", quando alegadamente pretendia solucionar o problema dos hereges, e que culminou com milhares de mortes na fogueira, sentenças de morte passadas pelo Tribunal do Santo Ofício a pretexto de heresia e práticas de bruxaria ou pactos com o demónio? As acusações eram simples e as penas executadas de forma rápida, sem qualquer tipo de prova ou certeza, mais ou menos absoluta, (na maioria dos casos) de que os factos de que as pessoas eram acusadas tinham algum fundo de verdade. A Europa vivia num clima de terror profundo e permanente durante anos a fio as pessoas sentiam que podiam ser acusadas, mesmo injustamente, julgadas e mortas numa questão de dias. O que podemos chamar a isto que não Terrorismo?!
Avançando mais uma vês no tempo, nos anos e nos Séculos vamos encontrar sem qualquer dificuldade outras formas de Terrorismo: na época dos Descobrimentos, para falar somente de alguns factos, o que era o próprio processo de colonização se não mais uma forma de terror? Os colonizadores usavam o seu poder de conhecimento de técnicas de guerra mais avançadas (como as armas de fogo) para aterrorizar as populações nativas e as poder submeter, em muitos dos casos à escravatura, ou então a um processo de colonização, muitas das vezes violento e sempre sob o lema do terror. Ainda durante este período não podemos esquecer a pirataria, fenómeno criado, muitas vezes pela mão de Estados, que usavam os piratas para aterrorizar os viajantes, quer por mar quer por terra. É um facto histórico inegável que se vivia um clima de terror enorme, principalmente nos mares, devido à pirataria. Isto, segundo me parece, é uma forma de terrorismo.
Se dermos um grande salto cronológico e viajarmos rapidamente até ao Século XX vamos encontrar outra forma de terrorismo, desta vez levado a cabo por dois Estados, os dois maiores colossos militares da segunda metade do Século XX. Os EUA e a URSS (que entretanto já não existe) aterrorizaram-se um ao outro, e ao resto do mundo, durante mais de três décadas. A “Guerra-Fria” não foi mais do que um “equilíbrio do terror”, o que por mais de uma vez fez com que o conflito armado, na sua máxima força não acontecesse foi o MAD (Mutual Assurance Destruction, na sua tradução para português Destruição Mutua Assegurada). Este dois países tinham mais poder nuclear cada um deles, do aquele que era necessário para destruir completamente o planeta e foi tal facto, e consciência mútua do poder do outro, que evitou por mais do que uma vez o conflito aberto e directo. Entretanto o mundo vivia, e talvez ainda viva, em clima de terror permanente, dependendo do bom censo e consciência do poder de destruição que os países nuclearmente armados têm que ter.
O Século XXI dispensa qualquer tipo de relato descritivo sobre o que foi, ou é o fenómeno terrorista. Não me parece justificado estar a descrever acontecimentos terroristas no Século XXI, uma vez que todos sabemos como, quando e onde aconteceram. O que me parece lógico, e de útil de referir, até como conclusão é a seguinte questão: quem está a ganhar a guerra contra o terrorismo, os terroristas ou os contra terroristas? Do meu ponto de vista os terroristas levam claramente a vantagem, até porque: não têm necessidade de novos ataques sanguinários frequentemente para marcarem posição, serve perfeitamente fazer ameaças, mesmo sem as concretizar. Os terroristas têm no “bluff” um aliado fortíssimo, basta um comunicado, uma suposta tentativa, um aviso e o mundo pára com medo, com terror de novo atentado. Hoje o mundo vive em constante terror de um atentado, de cartas bomba, de qualquer ameaça que foi feita mais do que uma vez, mas que nunca foi concretizada. Paralisam-se aeroportos ou cidades perante a mais pequena suspeita de atentado, e isto é um sinal fortíssimo de que por mais tanques, porta-aviões, armamento super moderno e soldados que tenhamos, o terrorismo está a ganhar esta guerra em pleno Século XXI, como acontece desde os primórdios da civilização.
Por: Rui Pedro Melo, licenciado em Relações Internacionais
4 comentários:
Rui, muito obrigada pela colaboração com o Socióloga Avense e pela pertinência do tema!
Excelente tema.
Boa iniciativa.
Leia o meu post sobre Ernst Bloch: uma nova causa.
Abraço
Em sintese:
O terrorismo dos mais frágeis é apenas uma arma de luta para combater o terrorismo dos mais fortes e não, uma opção gratuita dos "árabes" da ETA, das FARC, e outros.
Sendo assim, podemos basear-nos na história dos povos para perceber que as causas do terrorismo encontram-se na atitude prepotente e terrorista dos mais fortes, neste caso, os EUA, a europa, o estado espanhol, o governo colombiano, e por aí adiante.
Conclusão:
Com um esforço de raciocinio e uma aplicação de critérios justos perante a realidade, acabamos por compreender e legitimar o chamado terrorismo praticado por "árabes" pela ETA, as FARC... pois apenas lutam com os meios que possuem contra outros que têm poderosos meios para os amordaçar e aterrorizar.
Cara Helena, isto é um avanço na análise das causas do terrorismo que nunca pensei ver neste blog. Parabéns!
Obrigada ao Francisco e ao Rogério pelas palavras de elogio à iniciativa. Mas as palavras têm de ser dirigidas também ao Rui Melo dado que foi ele que escolheu o tema e produziu o texto.
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