22 dezembro 2007

Ministro da Saúde em Santo Tirso

Foi com um "queremos médico" reivindicado em uníssono sonoro que o povo de S. Tomé de Negrelos, em Santo Tirso, recebeu, ontem de manhã, o ministro da Saúde, em périplo pelo concelho que incluiu a inauguração da unidade de saúde familiar da Ponte Velha e uma visita ao Hospital Conde de S. Bento.

Correia de Campos responderia ao apelo na nova USF do Centro de Saúde de Santo Tirso, anunciando um aumento de 5% nas vagas para médico de família. "Estamos sem médico há um ano", queixava-se Felismina Moreira, utente do centro de saúde de S. Tomé, que não perdeu a oportunidade de desabafar de viva voz ao ministro. O marido, que foi operado ao coração, tem de fazer exames duas vezes a cada 12 meses. "Já não faz há um ano porque não temos médico", justifica. "A minha mãe tem 80 anos e uma reforma de 50 contos e tem de ir de táxi às Aves porque a médica de família está lá".

Apesar de a manifestação ter surpreendido Correia de Campos, os protestos e reivindicações não são novidade e poderiam ouvir-se em qualquer outro ponto do país, da boca dos cerca de 665 mil portugueses que, segundo contas do ministro, ainda não têm médico de família.

Maria Adelaide, utente também contestatária, adiantava, ao JN "Há seis mil pessoas aqui com falta de médico de família". Aos jornalistas, o director do centro de saúde apresentaria, porém, cálculos mais preocupantes. Entre 36 mil utentes, 9500 estão nessas condições, o que representa 26% da população, estima Luciano Santos.

Para fazer face a estes números, contam-se 16 profissionais em regime de não exclusividade, uma situação que "justifica um reforço dos recursos humanos", apelou o responsável.

Depois de garantir aos negrelenses que o centro de saúde não será encerrado, Correia de Campos sublinhou que a "falta de médicos de família é uma prioridade" do Governo e congratulou-se pelos resultados já atingidos "Quando chegamos ao Governo, havia 790 mil portugueses sem médico de família, número que já foi reduzido em 125 mil", notou. "Não descanso enquanto não houver um centro de saúde com doentes à espera de consulta antes das oito da manhã".

Fonte: JN

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